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Psicopedagogia em FOCO
Por Maria Carolina Lolli

O que é a tal consciência fonológica? 

Entenda melhor esta habilidade fundamental para o processo de alfabetização!

A Consciência Fonológica é a habilidade que temos de perceber os sons da fala e então, manipulá-los. Em outras palavras, a consciência fonológica pode ser definida como a capacidade que temos de conseguir compreender que a linguagem oral é formada por várias estruturas diferentes: palavras, sílabas e, por fim, fonemas. O desenvolvimento desta habilidade é progressivo e inicia de forma inconsciente, quando as crianças ainda são bem pequenas e começam interagir e a reproduzir o que as pessoas à sua volta falam. Com o tempo, a consciência fonológica vai evoluindo e se torna indispensável para o processo de alfabetização.

A partir da compreensão de que a linguagem oral é formada por sons, os pequenos conseguem, com maior facilidade:

·   compreender que uma frase é formada por várias palavras;

·   aprender sobre divisão silábica;

·   entender o conceito de fonema e conseguir identifica-los nas palavras;

·   misturar sílabas;

·   ler e compreender textos;

·   criar novas palavras, etc.


Quando a consciência fonológica não é tão bem desenvolvida, os alunos podem apresentar dificuldades na leitura, na escrita e, muitas vezes, até na fala. Além disso, é comum observarmos um desenvolvimento acadêmico inferior à média esperada para a idade, porque podem ter maior dificuldade na interpretação e entendimento do que é lido.


Mas, quais são os três tipos de consciência fonológica?


Quando falamos em consciência fonológica, estamos nos referindo à muitas habilidades extremamente complexas. Dessa maneira, como foi dito anteriormente, é possível afirmar que esse tipo de percepção não se desenvolve de uma vez só, podendo ser subdividido em três níveis: consciência sintática, silábica e fonética.


Consciência sintática: A consciência sintática é o primeiro estágio dentro da percepção e da identificação dos sons da linguagem. É aqui que trabalhamos a sensibilidade auditiva, de modo que a criança comece a ter a percepção das palavras que escuta.

Esse é o momento de mostrar para os alunos que as frases são divididas em estruturas menores, e que cada uma dessas estruturas, é representada de modo separado. Para isso, vale a pena investir em canções e rimas. Com o tempo, as crianças já irão identificar as palavras e perceber que elas podem ser combinadas dentro de uma frase de maneiras diferentes.


Consciência silábica: Avançando na consciência fonológica, é preciso ensinar para as crianças que cada palavra é formada por sílabas e que estas, por sua vez, possuem sons específicos. Isso é essencial para que o aluno avance no processo de alfabetização e consiga trabalhar com a língua. Desta forma, ele perceberá que uma mesma sílaba pode aparecer em diferentes palavras e que é possível combiná-las para formar novos termos. Isso vai ampliar o conhecimento da criança.

Podemos trazer propostas pedagógicas que envolvam a percepção de palavras que começam ou terminam com sílabas iguais e ainda, jogos de adição ou subtração de sílabas. Não se esqueça que trabalhar de forma lúdica é transformador para as crianças e seu desenvolvimento fonológico.


Consciência fonêmica: A consciência fonêmica é o nível mais complexo dentro da consciência fonológica. Isso porque ela se refere à capacidade que desenvolvemos para conseguir identificar os fonemas, ou seja, as menores unidades sonoras da língua.

Para realizar atividades com intencionalidade nesta etapa, é indispensável que as crianças já estejam com as duas habilidades anteriores bem desenvolvidas. Afinal, quando falamos em fonema, estamos nos referindo à uma representação muito abstrata.

No cotidiano, o aluno não escuta o som do “r”, do “t”, do “n”, do “d” nem da maior parte das outras letras de forma isolada. Sendo assim, ele precisa ter uma boa percepção sonora para identificar esses fonemas dentro das palavras e das sílabas.


O professor e a gestão escolar devem ajudar as crianças a desenvolver a Consciência Fonológica  trabalhando o que chamamos de escuta atenta, trabalhando a discriminação auditiva, mas não esquecendo de outras habilidades preditoras fundamentais: a discriminação visual, o pareamento, a classificação, a atenção, a memória visual, a memória fonológica. Assim, com todas estas potencialidades desenvolvidas, as crianças conseguirão identificar os fonemas que formam as palavras, poderão também identificar os fonemas que mais se repetem em uma frase,  por exemplo, retirar o fonema de uma palavra e ver qual novo termo é formado, e assim por diante, brincando com as palavras e internalizado cada vez mais esta habilidade metacognitiva fundamental para o processo de alfabetização que é a consciência fonológica.


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Os NEURÔNIOS são células que desempenham as funções relacionadas ao sistema nervoso. No cérebro, existem milhões de neurônios. Estudos indicam que nascemos com cerca de 80 milhões. No entanto, conforme crescemos, esse número diminui. Você acredita que aos 80 anos, teremos perdido 30% de nossos neurônios? É verdade! Ao longo da vida, perdemos e regeneramos neurônios constantemente. Neurogênese é o processo de formação, migração e diferenciação de novos neurônios. Este é um conceito que vem sendo debatido há muito tempo, pois cientistas acreditavam ser impossível a neurogênese em adultos. Mas, estudos científicos mostram que neurônios são formados todos os dias em locais específicos do nosso cérebro, ao longo de toda a vida do indivíduo. É importante saber que alguns hábitos podem causar a deterioração neuronal e, portanto, a deterioração cognitiva: beber, fumar, não comer nem dormir bem, ou se manter muito estressado, fazem com que os neurônios se deteriorem mais rapidamente. Você já ouviu a expressão: "deveríamos usar a mente para não atrofiá-la"? Por que devemos manter a mente ativa? As células cerebrais ativas recebem mais quantidade de sangue . As zonas mais ativas do cérebro usam mais energia e, portanto, precisam de mais oxigênio e glicose. Então, estas áreas recebem mais sangue com o propósito de satisfazer a necessidade de neurônios ativos. A medida que você ativa seu cérebro, o sangue flui para as células cerebrais funcionais. Imagens de ressonâncias magnéticas nos auxiliam a entender como o sangue flui no cérebro: Elas mostraram que as células cerebrais dependem muito de oxigênio. Quanto mais usamos o cérebro e o ativamos, mais suprimento de sangue ele recebe. Por outro lado, uma célula cerebral inativa recebe cada vez menos sangue e acaba morrendo. O cérebro precisa de oxigênio, como você já sabe! Sozinho, esse órgão consome 20% da oxigenação fornecida ao corpo todo. O fluxo sanguíneo também é alto no cérebro, podendo chegar a 15% do total. Então, o exercício ajuda a manter as necessidades do cérebro em dia e pode até aumentar o envio de nutrientes para as células desse órgão tão importante. As células cerebrais ativas têm mais conexões com outras células cerebrais. Cada célula cerebral está conectada com outros neurônios e são capazes de propagar rápidos impulsos elétricos. As células cerebrais ativas tendem a produzir dendritos, que são como braços pequenos que se estendem para conectar-se com outras células. Uma única célula pode ter até 30.000 conexões. Como resultado, se converte em parte de uma rede neuronal altamente ativa. Quanto maior seja a rede neuronal da célula, mais possibilidades terá de se ativar e sobreviver. As células cerebrais ativas produzem mais substâncias de "manutenção". O Fator de Crescimento Neuronal (FCN) é uma proteína produzida em nosso organismo. Esta proteína se liga aos neurônios, para torná-los ativos, diferenciados, e reativos. Quantas mais vezes você desafiar e exercitar seu cérebro, mais FCN é produzido. As células cerebrais ativas estimulam a migração das células benéficas do tronco cerebral. Estudos recentes demonstraram que as novas células cerebrais são geradas em uma zona específica do cérebro, chamada hipocampo. Essas células cerebrais podem migrar para as áreas cerebrais nas quais são necessárias. Por exemplo, as células migrariam para uma área determinada depois de uma lesão cerebral. Essas células migratórias são capazes de imitar as ações das células circundantes, permitindo a restauração parcial da área prejudicada. O cérebro é um órgão complexo, não é mesmo? Ele coordena nossas funções motoras, processa emoções, determina comportamentos e reúne a percepção que temos do mundo para formar nossas memórias. Por estar ligado ao corpo todo, a saúde e longevidade desse órgão dependem do nosso estilo de vida. Manter a mente ativa, então, está intimamente relacionado ao estilo de vida que escolhemos ter.
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