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Psicopedagogia em FOCO
Por Maria Carolina Lolli

As dificuldades de aprendizagem... 

Você já percebeu quantas crianças apresentam dificuldades escolares? Já parou para se perguntar o que pode causar esses problemas? Como identificar se uma criança tem ou não uma dificuldade de aprendizagem? Vamos tentar responder estas e outras perguntas já deve ter te incomodado...

Para iniciar, precisamos afirmar que as dificuldades de aprendizagem são de ordem heterogênea ou multifatorial. Assim, precisamos considerar todos os fatores que relacionados: físicos, afetivos, sociais e cognitivos, para melhor avaliar as dificuldades e os transtornos da aprendizagem, independente da idade.

Podemos então dizer que comportamentos anormais ou patológicos podem ter origem na própria criança sendo resultantes de algum fator orgânico ou genético ou ainda ser consequência do meio em que ela está exposta, sendo um resultado das relações sociais. Para melhor caracterizarmos estes comportamentos anormais ou patológicos, devemos considerar: idade, características físicas, desenvolvimento, ambiente, conduta e personalidade de pais e irmãos, tensões cotidianas, etc.

Agora sim você conseguirá entender melhor sobre o que se trata um problema de aprendizagem. Como já relatamos anteriormente, estes problemas podem ser influenciados ou desencadeador por múltiplos fatores, dentre os quais citamos:

a) Fatores orgânicos: saúde física comprometida, falha no sistema nervoso, alimentação inadequada, poucas horas de sono, doenças como anemia, parasitoses, etc.

b) Fatores psicológicos: ansiedade, angústia, medo, sentimento de rejeição, etc.

c) Fatores ambientais: influência familiar, dos meios de comunicação, grau e qualidade de estimulação que a criança teve desde os primeiros anos de vida, etc.

Por este motivo, se faz necessário avaliar corretamente, por meio de ferramentas específicas cada criança, adolescente ou adulto. É preciso ponderar também que o diagnóstico correto irá determinar, posteriormente, o tipo de intervenção adequada para possibilitar mudanças significativas para a vida de quem sofre com alguma dificuldade.

Não se esqueça de que a criança deve ser avaliada em sua totalidade quando apresentar alguma dificuldade de aprendizagem. Uma boa avaliação deve incluir: entrevista com pais ou responsáveis, avaliação dos professores e ainda avaliação da criança por meio da aplicação de testes padronizados com entrevista, desenhos, tentativa de escrita, provas psicomotoras, provas de aritmética, entre outros.

Apesar de serem os pais, os principais responsáveis pela saúde mental e física dos filhos, e também do seu bem estar social, os educadores e a escola não devem ficar alheios da responsabilidade que assumem com a família do aluno, no ato da matrícula no que diz respeito à observação responsável capaz de detectar problemas e à orientação no encaminhamento dos mesmos. Além disto, nossa sociedade mudou muito nas últimas décadas. Muitas das funções educacionais da família estão sendo delegadas às escolas. Uma razão disto é o fato da mulher precisar trabalhar fora, deixando a educação dos filhos a cargo da escola. Diante disto, podemos concluir que hoje, a escola tem duplo papel social: é transmissora de cultura e ainda transformadora das estruturas sociais, adequando o seu trabalho às necessidades da criança, da família e da comunidade.

Assim, no ambiente escolar, é o professor, quem passa a maior parte do tempo com as crianças, e por esta razão, tem melhores oportunidades de observar as condições de seus alunos e de tomar alguma providência junto aos pais e órgãos de atendimento, quando necessário, para a resolução de algum problema por ventura percebido.

Você deve concordar que, os pais, muitas vezes, não sabem o que fazer diante de uma criança que apresenta dificuldade ou distúrbio de aprendizagem. Cabe ao professor, orientar explicar e encaminhar para a resolução do problema. Nesta relação pais-escola, quem lucra é a criança que será beneficiada em seu rendimento escolar e consequentemente, na saúde de um modo geral.

Para que isto seja possível, a observação da criança não pode ser vaga ou imprecisa. É necessário que seja feita observando as caraterísticas da faixa etária e que reúna muitos dados desde a entrada da criança na escola.

Como você percebeu, são várias as razões pelas quais o professor deve observar seu aluno. Dentre elas, destacamos a possibilidade de ser identificado algum problema de saúde que pode estar interferindo no desenvolvimento da criança, e no seu rendimento escolar; é possível detectar casos de violência doméstica e sexual; garantir um melhor cuidado da criança e proteção das outras, no caso da observação de doenças transmissíveis, como viroses; etc.

Salientamos que todas as condições que a escola oferece são favoráveis à observação da criança: sua permanência no pátio, na sala de aula, enquanto trabalha, enquanto brinca, quando está em grupos, quando está sozinha. Em todas estas situações, uma criança revela seus desejos e necessidades. Nestas situações, por meio de seu comportamento, podemos perceber distúrbios ou problemas que podem prejudicar seu ajustamento social e rendimento escolar.


Infelizmente, as dificuldades de aprendizagem, se não tratadas corretamente, podem persistir até a vida adulta atrapalhando, muitas vezes, até a vida profissional do indivíduo.

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