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Psicopedagogia em FOCO
Por Maria Carolina Lolli

Desenvolvendo a coordenação Motora Fina 

Atividades para despertar esta habilidade...

O assunto de hoje, a coordenação motora, pode ser definida como a capacidade que desenvolvemos para usar e controlar os nossos músculos para realizar determinada tarefa física ou movimento , como gatinhar, dançar, escrever, pintar, recortar etc. Dentro desta categoria distingue-se a coordenação motora fina e grossa, mas o que significa isso?
Nossa coordenação motora é estimulada e desenvolvida desde muito cedo, ainda na primeira infância e sem termos consciência disso. Começa nos bebês quando tentamos pegar um objeto, quando gatinhamos, quando começamos a caminhar, etc. Na fase da educação infantil, a coordenação motora dos pequenos é colocada à prova por meio dos exercícios como pintar um desenho, contornar linhas, fazer ginástica, etc.
Para distinguir as diferentes atividades físicas que partem da coordenação motora, temos dois grupos: a coordenação motora fina e a coordenação motora grossa.
A coordenação motora fina, assunto deste tópico, está relacionada com as atividades que necessitam do movimento dos pequenos músculos do nosso corpo. Ela é o resultado do desenvolvimento dos músculos pequenos das mãos, da palma aos dedos, bem como dos músculos que rodeiam a boca e os olhos. As habilidades motoras finas determinam o modo como nós desempenhamos movimentos específicos e controlados: desenhar, digitar no computador, abotoar e desabotoar, encaixar, recortar, escrever, usar uma chave para abrir a porta, fazer uma xícara de chá ou falar. são exemplos de ações que apenas são possíveis por causa do desenvolvimento da coordenação motora fina. Esses movimentos são delicados e específicos, tais como, etc.
O mesmo acontece com a montagem de um quebra-cabeça ou quando alguém brinca com tijolinhos ou bloquinhos de construção – ações que também envolvem nossa capacidade motora visual. Então, qualquer atividade que fazemos coordenando olhos e mãos, está relacionada à capacidade motora finca, como o simples fato de usar um lápis ou um garfo, por exemplo.
Mesmo que tais atividades sejam consideradas banais para a maioria dos adultos, há uma série de habilidades importantes que a criança precisa desenvolver para tenha a habilidade da coordenação motora fina satisfatoriamente. Para garantir o desenvolvimento de tais habilidades, é importante oferecer à criança um ambiente que estimule a curiosidade e a prática constante, com atividades adequadas e envolventes. Assim, é fundamental oferecer objetos com pesos, cores, formas, texturas, tamanhos diferentes.

O que podemos fazer então para melhor a coordenação motora das crianças?

Para este trabalho ser eficiente, não devemos começar a trabalhar a coordenação motora com as mãos, você sabia? Isso é uma verdade importante que deve ser considerada porque antes do movimento elaborado e delicado precisamos treinar a consciência corporal da criança. Então, para trabalhar coordenação motora fina, devemos começar desenvolvendo habilidades que estimulem o corporal para que o pequeno conheça e entenda o seu próprio corpo.
Devemos instigar atividades capazes de trabalhar os olhos da criança para estimularmos o controle visual. Mas você o motivo disso? São os olhos que guiarão a mão para que a escrita seja possível. Isso explica a importância de pequenas brincadeiras que estimulam as mãos e os olhos.
Além disso, devemos trabalhar o tônus muscular das mãos. Atividades assim são necessárias para facilitar o desenho e consequentemente, a escrita. Vale lembrar que na escrita há dois mecanismos muito importantes: a pressão e a preensão (falaremos sobre isto em um próximo artigo). Esses dois aspectos são muito válidos para que a criança tenha a firmeza nas mãos na hora de escrever.
Preciso destacar que a coordenação motora fina vai muito além do caderno de caligrafia. Não se esqueça que o MOVIMENTO é de extrema necessidade as crianças. Elas precisam correr, pular, andar com ou sem obstáculos.


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Os NEURÔNIOS são células que desempenham as funções relacionadas ao sistema nervoso. No cérebro, existem milhões de neurônios. Estudos indicam que nascemos com cerca de 80 milhões. No entanto, conforme crescemos, esse número diminui. Você acredita que aos 80 anos, teremos perdido 30% de nossos neurônios? É verdade! Ao longo da vida, perdemos e regeneramos neurônios constantemente. Neurogênese é o processo de formação, migração e diferenciação de novos neurônios. Este é um conceito que vem sendo debatido há muito tempo, pois cientistas acreditavam ser impossível a neurogênese em adultos. Mas, estudos científicos mostram que neurônios são formados todos os dias em locais específicos do nosso cérebro, ao longo de toda a vida do indivíduo. É importante saber que alguns hábitos podem causar a deterioração neuronal e, portanto, a deterioração cognitiva: beber, fumar, não comer nem dormir bem, ou se manter muito estressado, fazem com que os neurônios se deteriorem mais rapidamente. Você já ouviu a expressão: "deveríamos usar a mente para não atrofiá-la"? Por que devemos manter a mente ativa? As células cerebrais ativas recebem mais quantidade de sangue . As zonas mais ativas do cérebro usam mais energia e, portanto, precisam de mais oxigênio e glicose. Então, estas áreas recebem mais sangue com o propósito de satisfazer a necessidade de neurônios ativos. A medida que você ativa seu cérebro, o sangue flui para as células cerebrais funcionais. Imagens de ressonâncias magnéticas nos auxiliam a entender como o sangue flui no cérebro: Elas mostraram que as células cerebrais dependem muito de oxigênio. Quanto mais usamos o cérebro e o ativamos, mais suprimento de sangue ele recebe. Por outro lado, uma célula cerebral inativa recebe cada vez menos sangue e acaba morrendo. O cérebro precisa de oxigênio, como você já sabe! Sozinho, esse órgão consome 20% da oxigenação fornecida ao corpo todo. O fluxo sanguíneo também é alto no cérebro, podendo chegar a 15% do total. Então, o exercício ajuda a manter as necessidades do cérebro em dia e pode até aumentar o envio de nutrientes para as células desse órgão tão importante. As células cerebrais ativas têm mais conexões com outras células cerebrais. Cada célula cerebral está conectada com outros neurônios e são capazes de propagar rápidos impulsos elétricos. As células cerebrais ativas tendem a produzir dendritos, que são como braços pequenos que se estendem para conectar-se com outras células. Uma única célula pode ter até 30.000 conexões. Como resultado, se converte em parte de uma rede neuronal altamente ativa. Quanto maior seja a rede neuronal da célula, mais possibilidades terá de se ativar e sobreviver. As células cerebrais ativas produzem mais substâncias de "manutenção". O Fator de Crescimento Neuronal (FCN) é uma proteína produzida em nosso organismo. Esta proteína se liga aos neurônios, para torná-los ativos, diferenciados, e reativos. Quantas mais vezes você desafiar e exercitar seu cérebro, mais FCN é produzido. As células cerebrais ativas estimulam a migração das células benéficas do tronco cerebral. Estudos recentes demonstraram que as novas células cerebrais são geradas em uma zona específica do cérebro, chamada hipocampo. Essas células cerebrais podem migrar para as áreas cerebrais nas quais são necessárias. Por exemplo, as células migrariam para uma área determinada depois de uma lesão cerebral. Essas células migratórias são capazes de imitar as ações das células circundantes, permitindo a restauração parcial da área prejudicada. O cérebro é um órgão complexo, não é mesmo? Ele coordena nossas funções motoras, processa emoções, determina comportamentos e reúne a percepção que temos do mundo para formar nossas memórias. Por estar ligado ao corpo todo, a saúde e longevidade desse órgão dependem do nosso estilo de vida. Manter a mente ativa, então, está intimamente relacionado ao estilo de vida que escolhemos ter.
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